Revista Planeta Sindical

Lançada em 2010 a revista Planeta Sindical é um veículo de comunicação que trata prioritariamente das questões ligadas à luta da classe trabalhadora e do movimento sindical por melhores condições de trabalho e valorização profissional. Direcionada especificamente a todas as formas de lutas dos trabalhadores e do sindicalismo, o objetivo de sua publicação é informar sobre todos os acontecimentos do movimento sindical, fazendo a noticia girar até você leitor, com agilidade e clareza dos fatos. Com matriz em Goiânia e filial em Brasília, é editada pela Via Direta Comunicação e dirigida por experientes jornalistas da área sindical e trabalhista do Estado de Goiás e de Brasília, a revista abrange a cobertura de matérias em nível nacional.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Trabalhadores debatem questões do setor público no BRICS e na América Latina

As questões fundamentais do setor público nos países que compõem o BRICS; a situação política e econômica na América Latina, os desafios sindicais e serviços municipais; e as Convenções 151 e 154 serão temas de três eventos internacionais, a serem realizados em conjunto pela ISP, OIT, CSPB, Condsef e Confetam, no período de 4 a 10 de agosto, em Brasília e Luziânia (GO). As questões fundamentais do setor público nos países que compõem o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China a África do Sul – serão discutidas em Ciclo de Debates a ser realizado em conjunto pela Internacional de Serviços Públicos - ISP, Confederação dos Servidores Públicos do Brasil - CSPB e Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal - Condsef, de 8 a 10 de agosto próximo, em Brasília e Luziânia (GO) .

O debate dará sequência ao Encontro Latino-americano de Trabalhadores (as) Municipais, promovido pela ISP Américas, CSPB e Confetam; e ao seminário internacional da Organização Internacional do Trabalho - OIT Brasil sobre as Convenções 151 e 154, com reunião bipartite – trabalhadores e governos. A secretária-geral da ISP Mundial, Rosa Pavanelli, entre outras lideranças da América Latina, Europa, Ásia e África do Sul serão palestrantes nos eventos.

A Formação do BRICS e os desafios frente à globalização; O sindicalismo no setor público no Brasil, na Rússia, na Índia, na China e na África do Sul e os desafios frente à globalização; A ISP e a construção de um mundo mais justo - principais bandeiras de luta serão os temas principais do debate. A proposta das entidades é que esta seja a primeira etapa para novos debates entre representantes dos trabalhadores do setor público, a serem realizados nos demais países que compõem o bloco, visando a aproximação no conhecimento e troca de experiências sindicais.

“O modelo de Estado se modificou completamente nas últimas décadas. Com a economia mundial globalizada, o mundo se organiza em blocos geopolíticos, econômicos e sociais muito distintos, geralmente formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais e/ou comerciais. No campo governamental e corporativo já acontecem ações importantes no sentido de harmonizar procedimentos que incentivam a interação desses países, já com contornos próximos de um bloco econômico. E não tenho visto essa correspondência de modelo na administração pública e também no modelo de organização sindical”, ressalta o presidente da CSPB, João Domingos Gomes dos Santos, ao justificar a necessidade e urgência do debate entre os trabalhadores desses países.

As entidades avaliam que a influência dos acordos internacionais dos bancos e das empresas é muito grande, portanto, se os problemas têm origem na sua maior parte nas instâncias internacionais, a busca de soluções exige também ação internacional. “Para que haja futuro – e futuro promissor – é preciso fazer avançar também as relações mútuas entre os movimentos sindicais e sociais desses países”, avalia Jocelio Drumonnd, secretário regional da ISP para as Américas.

Segundo João Domingos, as representações dos servidores têm como desafio criar um conceito de Estado que corresponda à realidade mundial. “Não podemos participar da realidade da globalização só pelos aspectos dos interesses dos entes governamentais e patronais. Falta um modelo de Estado que seja proposto pelos usuários do serviço público, em conjunto com aqueles que tocam o serviço público, que são os servidores. Esse desafio exige que proponhamos e desenvolvamos um novo projeto ideopolítico para unificar a luta dos servidores públicos brasileiros, latino-americanos e mundiais, inclusive, mas que também traga consigo um novo modelo econômico e social, que reflita esse novo modelo de Estado”.

João Domingos destaca que os entes governamentais não se interessam em propor um modelo de Estado que atenda ao mesmo tempo à modernidade de um mundo globalizado e também às necessidades de melhor distribuição de renda, de forma que a população, especialmente os trabalhadores, se beneficie mais do desenvolvimento tecnológico. “Nossa grande utopia é de um mundo sem fronteiras, sem barreiras geográficas”, afirma.

Blocos econômicos - Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos, criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Eles adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Geralmente, são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais e/ou comerciais. Economistas renomados afirmam que, muito em breve, dentro desta economia globalizada as relações comerciais não mais acontecerão entre países, mas sim entre blocos econômicos.

Diante das atratividades do desenvolvimento econômico do Brasil, da Rússia, da Índia e da China, em 2001, surgiu a expressão BRIC, para identificar os novos países industrializados. Mais tarde, acrescentou-se o S da África do Sul, transformando-se a conformação em uma realidade geopolítica no mundo atual, com aproximações entre as diplomacias respectivas e as tentativas de coordenação entre as políticas econômicas.

São, em geral, países com grandes áreas e grandes populações, capazes de apresentar em condições e ritmos diferentes algumas semelhanças no desempenho econômico, na industrialização e nas vantagens oferecidas aos investidores, às voltas com as dificuldades econômicas e sociais dos países ricos e desenvolvidos. No campo governamental e corporativo já acontecem ações importantes no sentido de harmonizar procedimentos que incentivam a interação destes países, já com contornos próximos de um bloco econômico.

O seminário do BRICS segue a programação iniciada com a realização da 1ª Conferência Sindical Internacional da CSPB, em junho de 2009, quando cerca de 500 lideranças de 30 países discutiram sobre os impactos da crise mundial no Brasil e na América Latina; a realidade dos serviços e dos servidores públicos nos planos mundial, continental e regional; e os reflexos do processo de unidade do movimento sindical internacional na América Latina e Brasil.

“Os problemas do Brasil, em sua maioria, não nascem no Brasil, eles vêm como resultado do modelo de globalização adotado. A influência dos acordos internacionais dos bancos e das empresas é muito grande, portanto, nossos problemas têm origem na sua maior parte nas instâncias internacionais e a busca de soluções que interessam aos trabalhadores exige também ação internacional”, ressaltou Jocelio Drumonnd, durante a Conferência.


Fonte: SECOM/CSPB/Foto: Julio Fernandes

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